O Ministério da Educação quer passar o protesto para a porta da Câmara Municipal

ederação Nacional de Professores (FENPROF) reúne em congresso esta sexta-feira e sábado em Lisboa. É a 13ª reunião magna da organização sindical. Só de Viseu vão marcar presença no encontro 30 docentes, todos delegados.

Entre eles vai estar Francisco Almeida, sindicalista há mais de 30 anos e um dos rostos da luta dos professores na zona Centro do país. O docente do 1º ciclo esteve na origem da criação do Sindicato dos Professores da Região Centro na década de 80. Desde 1985 que é dirigente sindical.

Os protestos em que esteve envolvido levaram José Junqueiro, antigo deputado socialista eleito pelo círculo de Viseu, a dizer o sindicalista liderava um grupo de protesto a que apelidou de "A Banda do Chico". Um epiteto criticado por Francisco Almeida.

"Isso é uma expressão infeliz de um senhor que eu acho que hoje metade das pessoas da cidade de Viseu já ninguém se lembra quem é. Ele (José Junqueiro) passou à história. A luta dos professores cá continua, o Sindicato dos Professores da Região Centro cá continua, firme, e o Chico Almeida também na defesa dos interesses dos professores e da escola pública", diz.

O dirigente sindical continua pronto para o "combate". A luta da classe hoje faz-se sobretudo pela reposição dos nove anos, quatro meses e dois dias do tempo de serviço.

Desde que o governo socialista está no poder, com o apoio dos partidos da esquerda, formando a tão falada geringonça, que muitos dizem que vêm menos os professores na rua e que estes estão mais calados.

Francisco Almeida garante que isso "não é verdade". "Só para ilustrar o que estou a dizer, no ano passado a FENPROF dirigiu uma greve às avaliações durante quase um mês e que no caso de Viseu terminou com uma grande manifestação aqui no Rossio", afirma, acrescentando que também no dia 10 de junho houve protesto da classe e até no Rali de Portugal.

O sindicalista considera que o ministro da Educação "é uma inexistência" e acusa o Governo de "intransigência". A FENPROF, garante, vai continuar a lutar pelos interesses da classe docente.

No congresso da Federação Nacional de Professores, Francisco Almeida vai intervir para falar sobre a municipalização da educação, num processo que classifica como "estranho".

"O Ministério da Educação o que quer é que o protesto e as reclamações das pessoas relativas a questões de funcionamento das escolas, como a falta de pessoal, a falta de dinheiro para um conjunto de coisas, passe da porta do Ministério para a porta da Câmara Municipal. É pena que alguns autarcas não estejam a ver isso", defende.

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